Soja tem espaço para subir e produtor deve ficar atento ao momento de vender
- Mercado do Agronegócio
- 28 de ago de 2023
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O preço da soja ainda tem espaço para subir na bolsa de Chicago e o produtor deve ficar atento ao momento de vender. A avaliação é de João Birkhan, diretor do Sim Consult, de Mato Grosso. Segundo ele, o quadro de oferta e demanda global ainda aponta para o cenário de sustentação das cotações internacionais.

Na semana passada, depois de percorrer regiões produtoras, a expedição Pro Farmer Crop Tour estimou a produção de soja do país em 111,86 milhões de toneladas na safra 2023/24, menor que o divulgado neste mês pelo USDA (114,45 milhões de toneladas). A produtividade média foi estimada em 55,7 sacas por hectare, também menos que o governo americano (57,04 sacas por hectare)
“Está certo que nós tivemos uma safra muito grande. Mas isso é muito menos do que os outros países perderam. Os fundamentos do mercado são sólidos. Eu diria que tem caminho para a soja subir”, resume o consultor.
Do lado da demanda, Birkhan avalia que a China se mantém compradora e vai precisar mais da soja brasileira. “A China bateu recorde no consumo de combustível no mês passado. Isso não é um país que está desacelerando. O consumo não está demonstrando fragilidade e precisa de nós”, avalia o diretor do Sim Consult.
Na semana passada, relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que o Brasil exportou um volume recorde de soja para o período de janeiro a julho deste ano. Os embarques totalizaram 72,46 milhões de toneladas, dos quais 50,42 milhões foram para atender o mercado chinês.
“A Argentina é o maior exportador de farelo do mundo e não teve soja para esmagar e atender os contratos. A China está comprando mais porque está lá do outro lado do mundo, tem uma capacidade ociosa e vai esmagar nossa soja para atender o mercado que a Argentina atendia antes”, explica.
Chicago x Prêmio
Birkhan considera que uma soja acima de US$ 14 o bushel em Chicago pode ser interessante para o produtor brasileiro avaliar a possibilidade de vender safra nova. Ele apenas faz a ressalva de que essa comercialização antecipada, pelo menos neste momento, deve ser feita de “forma muito lenta” e com uma visão mais “organizada” do mercado.
“Tem espaço para subir. Mas, dali a pouco, os especuladores jogam o mercado para baixo. O produtor vai se enforcando e, depois, tem que vender a qualquer preço para pagar conta. Nesse estágio, não pode chegar. Faz vendas menores, mas toda vez que o mercado apontar para uma alta, vende um pouco”, sugere.
Fonte: GloboRural
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